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CASA TRIÂNGULO TEM O PRAZER DE APRESENTAR BRONZE, COURO, OURO, SANGUE, PRIMEIRA EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL DE PAUL SETÚBAL NA GALERIA. os matEriais que compõem o título e as obras da exposição evidenciam um país historicamente arrasado pelas promessas de progresso e que perpetua, em seu sistema de poder e formação, regimes de violência e autoritarismo. Contendo referências históricas e da vida cotidiana, a exposição é ao mesmo tempo um olhar para o passado e para o presente.
[CASA TRIÂNGULO IS PLEASED TO PRESENT BRONZE, LEATHER, GOLD, BLOOD, PAUL SETÚBAL'S FIRST SOLO EXBIBITION AT THE GALLERY. The materials that compose the title and works at the exhibition show a country historically devastated by promises of progress and that perpetuates, in its system of power and formation, regimes of violence and authoritarianism. Containing historical references and everyday life, the exhibition is both a look at the past and the present.]
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PAUL SETÚBAL [1987], Aparecida de Goiânia, Brazil. Vive e trabalha em [Lives and works in] São Paulo, Brazil. É doutor e mestre em [He is Doctor and Master in] Arte e Cultura Visual e [and] licenciado em [licensed in] Artes Visuais pela [by] Universidade Federal de Goiás, Brazil. Exposições individuais [Solo exhibitions]: Corpo Fechado, C Galeria, Rio de Janeiro, Brazil [2018], Dano e Excesso, Andrea Rehder Arte Contemporânea, São Paulo, Brazil [2016]; Aviso de Incêndio, Elefante Centro Cultural, Brasília, Brazil [2015]. Participou de diversas exposições coletivas como [Participated in many group exhibitions such as]: No presente a vida (é) política, Central Galeria, São Paulo, Brazil [2020]; Aparelho , Maus Hábitos, Porto, Portugal; 36º Panorama da Arte Brasileira: Sertão, Museu de Arte Moderna, São Paulo, Brazil e [and] 29ª Edição do Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo, São Paulo, Brazil [2019]; Demonstração por Absurdo, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, Brazil e [and] Arte, democracia, utopia: Quem não luta, tá morto!, Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro, Brazil [2018]; Osso, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, Brazil e [and]Videografias Performativas, Dragão do Mar, Fortaleza, Brazil [2017]. Prêmios [Awards]: Prêmio de Residência SP-Arte Delfina Foundation [2020]; Prêmio Foco ArtRio [2018]. Residências artísticas [Artistic residencies]: Delfina Foudation, London, UK [2020]; Despina, Rio de Janeiro [2019]. Suas obras estão presentes em coleções institucionais como [His works are part of institutional collections such as] Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro, Brazil; Museu de Arte de Brasília, Brasília, Brazil; Museu de Arte Contemporânea de Goiânia, Brasil e [and] Fundação Romulo Maiorana, Belém do Pará, Brazil.
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Paul Setúbal: Bronze, Couro, Ouro, sangue
por Priscyla Gomes"(...) seremos sempre servos da malignidade destilada e instalada em nós, tanto pelo sentimento da dor [...], quanto pelo exercício da brutalidade sobre homens, mulheres, crianças convertidos em pasto de nossa fúria. A mais terrível de nossas heranças é levar conosco a cicatriz de torturador impressa na alma e pronta a explodir na brutalidade racista e classista. É ela que incandesce, ainda hoje, em tanta autoridade brasileira"
— Darcy Ribeiro, O Povo Brasileiro [1]
A imagem do sertanejo, com sua cultura e tradição, há muito édifundida pelos mais diversos gêneros discursivos. Com costumes e especificidades distintos em cada região do país, a vida do pastoreio, suas vestimentas, conferiram a essa figura alguns traços tão marcantes quanto a sina de ver-se associados a uma massa de trabalhadores exilados da própria terra e de sua subsistência. Isolados ou fora do alcance do poder do Estado, muitas vezes vítimas de seu aparato policial, o sertanejo foi repetidamente narrado como um andarilho ansiando por transformação, oportunidade e justiça. A gênese do sertanejo confunde-se assim com a formação histórica da sociedade brasileira, marcada, entre outros aspectos, por conflitos violentos vinculados à posse da terra e à expansão e integração do território nacional.
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Paul Setúbal: Bronze, Leather, Gold, Blood
by Priscyla Gomes"(...) We will always be slave to the distilled malignity installed within us, both by the feeling of pain [...], as well as by the exercise of the brutality on men, women and children converted into the fodder of our fury. The most terrible of our heritages is to bear the scar of the torturer printed on our soul and ready to explode in racist and classist brutality. It is what glows incandescent, even today, in so much Brazilian authority”
— DarcyRibeiro, O Povo Brasileiro [1]
The image of the backcountry dwellers, with their culture and tradition, is very widespread in Brazilian literature, film and other expressive genres. Isolated from or outside the scope of governmental power, and often a victim of its police system, the country person has repeatedly entered narrations as a wanderer anxious for transformation, opportunity and justice. The genesis of the country person is thus blended with the historical formation of Brazilian society, marked, among other aspects, by violent conflicts linked to the possession of the land and to the expansion and integration of the national territory.