Casa Triângulo tem o prazer de anunciar a representação do artista O Bastardo (Rio de Janeiro, 1997. Vive, trabalha e estuda entre o Rio de Janeiro, Brasil e Paris, França).
Nascido em 1997, O Bastardo se criou em Mesquita, município da Baixada Fluminense, periferia do Rio de Janeiro. Atuando, inicialmente, em linguagens urbanas, como o grafitti, o artista elabora um diálogo direto entre questões autobiográficas e o pensamento pictórico, conquista gestada entre vivências familiares e passagens por escolas de arte, como a EAV Parque Lage, Rio de Janeiro e atualmente Beaux-Arts de Paris.
Em pinturas recentes, as discussões travadas nas obras nos direcionam ao atravessamento entre práticas cotidianas do empoderamento de pessoas negras e gestos usuais de pertencimento a grupos sociais, como a bênção ou a descoloração do cabelo. Nas cenas dos retratos, em séries, como, Pretos de grife e Só Lazer, consumo, lazer e vaidade são algumas das identificações exibidas por grupos que, supostamente, estão ausentes desse tipo de representação.
Lazer e consumo configuram assuntos cada vez mais recorrentes em obras de artistas racializados, já que a história evidenciou os gestos de violência e sobrevivência como modo de inserção e denúncia às atrocidades perpetradas à maioria da população brasileira. O Bastardo faz de seu próprio nome, precedido por artigo definido, um vínculo de subversão de sua própria história, mantendo a palavra classificatória que, nas cenas das artes, passa a redirecionar o assunto e alertar para a prática de exotizar as margens.