Roberto Magalhães (Rio de Janeiro, Brasil, 1940). Ainda criança, contribui com ilustrações para o jornal da Ilha do Governador, bairro em que nasceu. A partir de 1954, frequenta o Colégio São Bento, em cujo jornal semanal publica caricaturas de alunos e professores, demonstrando visão crítica e irônica do ambiente à sua volta. Abandona os estudos em 1960 para dedicar-se exclusivamente ao desenho. Profissionalmente e com grande precisão, desenha à mão rótulos de garrafas, pequenas propagandas, capas de discos, livros, logomarcas e anúncios. Paralelamente, sem compromisso comercial, desenvolve desenhos a nanquim de temática fantástica. Avaliados pelo diretório da Escola Nacional de Belas Artes, tais desenhos são expostos na Galeria Macunaíma, proporcionando pela primeira vez o contato do artista com o público e com as galerias comerciais. Roberto Magalhães surgiu na cena artística brasileira no início da década de 1960. destacando-se com a originalidade de gravuras e desenhos: “Gravuras Brasileiras”, Print Club, (Philadelphia, EUA, 1964), na IV Bienal Internacional de Gravura (Tóquio, 1964), na “1a Exposição da Jovem Gravura Nacional”, Museu de Arte Contemporânea, São Paulo, 1964) e na mostra “Brazilian Art Today”/Royal Academy (Londres, 1964). Em 1965, torna-se um dos principais integrantes do grupo de jovens pintores que realizam, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a exposição “Opinião 65”, iniciativa revolucionária por trazer uma nova linguagem visual para as artes plásticas no Brasil. Ganha, em 1966, o cobiçado prêmio de viagem ao exterior no XV Salão Nacional de Arte Moderna, no Rio de Janeiro. Também, neste mesmo ano, ganha o prêmio da IV Bienal de Paris e fixa residência em Paris, onde vive até 1969. Depois de oito anos sem expor ― suas inquietações e questionamentos o tinham levado ao misticismo ―, em 1975, Magalhães recomeça sua vida artística, expondo e lecionando no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Em variadas técnicas, Roberto Magalhães constrói uma longa trajetória, destacando-se como uma das referências nas artes plásticas no Brasil e consolidando-se no circuito internacional, incluindo passagens pela IV Bienal Internacional de Gravura (Tóquio, 1964), “Brazilian Art Today”/Royal Academy (Londres, 1964), “Opinião 65”/Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro, 1965), VII Bienal de São Paulo (1965), Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro, 1966), “Modernidade ― Arte Brasileira do Século XX”/Museu de Arte Moderna (Paris, 1987), Embaixada do Brasil (Londres, 1988), “Exposição Retrospectiva ― 30 anos”/Centro Cultural Banco do Brasil (Rio de Janeiro, 1992), “Xilografia/Xilogravura”/Museu de Las Artes (Guadalajara, Mexico, 1995), “Retrospectiva”/Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro, 1996), “Roberto Magalhães ― Pinturas, Dibujos y Grabados”/Museo de Arte Contemporáneo de Caracas Sofía Imber (Caracas, Venezuela, 1998), Instituto de Cultura Brasil-Colômbia (Bogotá, Colômbia, 2000), “Desenhos”/Instituto Moreira Salles (Rio de Janeiro, 2001), “Otrebor ― A Outra Margem/Caixa Cultural (Rio de Janeiro e Brasília, 2008), “Preto/Branco 1963-1966 ― Xilogravuras e Desenhos”/Parque Lage (Rio de Janeiro, 2011), “Roberto Magalhães ― Pinturas e Desenhos”/Art Museum of Beijing Fine Art (China, 2011), Preto/Branco ― Xilogravuras e Desenhos 1963-1966, Parque Laje (Rio de Janeiro, 2011), “Quem sou, de onde vim, para onde vou” - Paço Imperial (Rio de Janeiro,2012), “En-quan-to”, Casa Roberto Marinho (Rio de Janeiro, 2020).